quarta-feira, 25 de maio de 2011

NO RIO

Estavamos já há algum tempo de volta.

Havia deixado pra trás: Meus bichinhos: Uma égua marron clarinho, uma cadela que amamentava os filhos das outras espécies, porque ela mesma, era doadora de leite(como se dizia mãe de leite), dezenas de pássaros que cantavam livremente no pé de tamarindo, que pelo tamanho do tronco deveria ter uns 50anos de idade...e seus frutos eram os melhores da localidade...o gato de botas, que segundo meu irmão andava léguas a npote toda visitando outro povos, e pela manhã de tão cansado pasava o dia todo debruçado na rede.

Deixei também pra trás, meus amigos, a Filarmônica, o palanque em que me apresentava nas tarde de domingo, cantando em italiano mau pronunciado: Da-te me um martelo de Rita Pavone e Dio como te amo.

Deixava também meu avô Nilino- para mim , o cara mais inteligente daquelas terras, apesar dele sempre repetir - que não sabia nada do mundo nem de seus mistérios. E apesar de tudo contava as histórias mais fascinantes que já havia ouvido ou lido nos livros de Malbathan!! ou nos Mistérios de Hércules.

Minha professora e madrinha Honorina e Nina , também meu padrinho Sr. Magalhães.

Ao sair fui bem pertinho do Rio São Francisco e molhei meus pés num ritual de quem vai e voltará em breve, embora lá dentro de mim, sabia que talvez nunca mais voltasse para morar!!!

Olhei dali a Igreja de Santo Antonio, a praça, o cais ao longe , o Tomba, a varzea ... enfim parecia que tudo estava firmado como numa pintura morta e estagnada.

No dia combinado - Sinval veio nos buscar. Em sua Veraneio- que pra mim era o melhor carro do mundo.

Saimos bem de madrugada - minha mãe preferiu assim, acho que ra para ninguém vir dar adeus com um lenço como era costume fazer quando alguém viajava, e creio para ninguém pérceber as lãgrimas, que creio deveriam estar rolando de sua face, embora falasse que nunca choraria por nada no mundo.

E , eis que estava aqui. Num lugar insólito, ermo, estranho, que eu não tinha nenhuma afinidade até então, e , que além do mais ouvia minha mãe dizer que meu pai morrera ali, num dia da Bandeira.

Teria que fazer novas amizades... nova professora(que certamente não sabia tanto quanto minha madrinha)... teria que criar novos cenários... recomeçar algo que nem tinha iniciado. Tudo era muito estranho e só.

Talvez por isso tenha me habituado a ser só.

Parada olhando o rio- que não era o mesmo (Velho Chico), eu dizia : assim que fizer 18 anos vou-me embora daqui!!! E levo a Nita comigo.

E, ela sempre dizia: A vamos mesmo!!! Aqui num dá pra viver, e nem ser feliz!!! No que recebiamos ocoro da cristina e do Luiz: eu também vou...

Minha nossa - vou ter que trabalhar rápido pra ter dinheiro pra sair daqui!!! Mas num tem problema... vamos dar um jeito.

Logo minha mãe colocava coisas na frente da Joanita pra ela fazer, a fim de que aquela conversa se dissipasse!!!

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!
Que lugar é esse ? One club of The chess... greast ...